Murta: a flor das noivas

De beleza tão perfeita quanto frágil, as flores da murta devem, talvez, a esta candura terem-se tornado, para gregos e romanos, símbolos da Paz e do Amor em nome de Afrodite e de Vénus. 
Não admira que, ainda hoje, esta flor, orgulhosa da sua constelação de estames aparentemente suspensos – tão finos e ténues são os seus filetes – faça parte de muitos bouquets de noiva – esteve presente, aliás, no ramo do casamento real de Kate Middleton e William.

Por alturas de Maio/Junho, a flor da murta surge, em todo o seu esplendor, qual raio de sol rompendo a alvorada.
Felizmente para mim, todos os anos sou testemunha deste espectáculo com que sou presenteada nas minhas caminhadas matinais. É que, mesmo em plena capital, tenho a ventura de encontrar no meu percurso perto de uma dúzia destes arbustos que alguns consideram o mais emblemático de Portugal.

Mas o que me torna este arbusto tão especial é o aroma que se esconde nas suas folhas. Não há dia em que por ele passe que não lhe tome emprestada uma folha e a aperte junto às narinas fazendo fluir ao sistema límbico este despoletador de emoções.

Seja porque sou catapultada para os campos da infância, seja porque simplesmente me atrai, a verdade é que se tornou, inconscientemente, o meu perfume preferido e em breve fará parte do meu portfólio de sabonetes pois já pude comprovar que a sua personalidade resiste, quase incólume, ao processo de saponificação.
 

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