Asas de vento

De boca aberta, sorvia esse vento que quase me tolhia a respiração e que se me devolve agora à memória. E eu fazia-me então mais livre do que um pássaro que enceta o seu primeiro voo. Ou não me tornasse ali, naquele momento mágico, mais forte do que os meus medos.

© Chepko Danil

Abro os braços para o receber e logo o peito se me enche de uma eufórica sensação de liberdade!

Uma sensação que emerge dos recônditos da infância, alcandorada no alto dos montes que serviam de palco aos nossos jogos.

Mal ele me desfiava batendo-me ao de leve na cara, e prontamente eu me lançava a correr por ali abaixo, tentando não tropeçar nas moitas que se me opunham.

Naquela corrida desenfreada, ele não era confronto mas amparo que me roubava à promessa de uma queda.

De boca aberta, sorvia esse vento que quase me tolhia a respiração e que se me devolve agora à memória.

E eu fazia-me então mais livre do que um pássaro que enceta o seu primeiro voo. Ou não me tornasse ali, naquele momento mágico, mais forte do que os meus medos.

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